começou oficialmente a safra da tainha 2018

Foto divulgação

Começa oficialmente a safra da tainha /2018, para pescadores artesanais que praticam o tradicional "arrasto de praia". Pescadores artesanais de Palhoça estão otimistas, com a possibilidade de superar a temporada 2017, quando foram capturados quase 40 mil peixes com rede de arrasto.
 
 Nessa primeira fase, entre primeiro de maio e 31 de dezembro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (incluindo pesca), deu sinal verde aos pescadores artesanais incluídos na modalidade "desembarcada ou não motorizada", mais conhecida como "arrasto de praia". José Henrique Francisco dos Santos, secretário adjunto de Maricultura, Pesca e Agricultura, revela que o município conta com pouco mais de 300 pescadores de arrasto, que tripulam onze embarcações, principalmente na região sul.
 
Os pescadores de Palhoça estão animados com as previsões elaboradas a partir de dados climáticos liberados pela Epagri / Ciram, com previsão de ventos de sudeste na primeira semana de maio e vento sul a partir do dia 7.
 
O arrasto de praia é o mais tradicional entre as modalidades da pesca artesanal da tainha. Essa pescaria tem algumas etapas, que já fazem parte do folclore do litoral. O "olheiro" é uma peça fundamental nesse tipo de pesca. É um experiente pescador, geralmente um veterano, dotado de boa visão e senso de observação, para detectar a aproximação do cardume à praia. Ele costuma vagar pela praia, solitário, fustigado pelo vento sul, às vezes durante horas, sempre de olho no mar, a procura de um sinal que indique a cegada das tainhas. A vigília pode acontecer a partir de um rochedo, um ponto mais alto e privilegiado.
 
Quando o olheiro avista um cardume, ele dá o sinal, geralmente agitando um casado, um pedaço de pano - nos dias de hoje, para sinalização noturna, pode ser usada lanterna de um celular.
 
O sinal do olheiro agita de imediato os pescadores que formam uma equipe. Uma canoa não motorizada, movida a remos, é rapidamente lançada ao mar e começa o cerco ao cardume. O comprimento da rede é bastante variável. À medida que o cerco se fecha, a rede vai adquirindo o formato de um saco, onde os peixes se acumulam. Ela é arrastada para a praia através de cabos presos às extremidades, contando com a participação, além dos pescadores diretamente envolvidos, de outras pessoas da comunidade e até visitantes e turistas. A colaboração é compensada com peixes. Por isso, a pesca de arrasto é uma atividade muito pitoresca e já faz parte do folclore das comunidades.
 
Além do arrasto de praia, os pescadores de Palhoça também praticam a modalidade do emalhe costeiro. A Secretaria de Maricultura, Pesca e Agricultura informa que 90 % das embarcações de Palhoça são de emalhe costeiro. O secretário adjunto disse que os pescadores de emalhe costeiro e industriais ainda esperam que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publique uma portaria com as regras de captura para essa temporada de pesca da tainha.
 
A pesca da tainha na modalidade emalhe costeiro, rede de malhar, que não utiliza anilha, será liberada a partir de 15 de maio, com final em 15 de outubro. Através da modalidade de cerco com traineira, a pesca está liberada entre primeiro de junho e 31 de julho.